quarta-feira, 18 de abril de 2007

O monge poeta!

I
Sobre o silêncio fechado do teu mosteiro
devaneias tu, melancólica alma de monge
com a musicalidade poética de um seresteiro
olhar perdido e distante, a imaginação longe
II
Sob a sombra escura do teu pontudo capuz
esconde-te das agruras e das trevas deste mundo
pois que a solidão é às vezes como a luz
em si próprio, à procura d´algo mais profundo
III
Sobre o pequeno pergaminho está a tua pena
porque oficio de poetas e monges são homônimos
na contemplação do sonho, na vida que seduz
IV
Pois a doce poesia escrita em palavras amena
o galgar da vida e da morte em antônimos
como a alegria em ressurreição e tristeza em cruz.

Ave Regina ( ou a cortesia para uma Rainha).

I
Majestosos são os lábios da Rainha
Suntuosos sob o manto de arminho
entre o véu tímido das bordas da bainha
passos leves da boca, rosas no caminho
II
Como são dóceis os lábios da Rainha!
Laços escarlates de seda que beijei
adocicada e entorpecida na saliva de vinha
ensandecido que fui, pensando ser El Rey
III
Desafiadores são os lábios da Rainha
olhos tristonhos de clausura castelã
encutidos em um´alma de menina
IV
Ave Regina! Minha voz é prosa que alinha
em ventos errantes sem rumos tão sã
para tua majestade tão bela que domina!

Eu sou um cavaleiro medieval de amor e pensamento. . .

I
Sou um cavaleiro medieval
de amor e pensamento
de clamor e de tormento
vil destino como tal
II
Meu amor é cortês
Minha poesia é palaciana
meu estilo é burguês
minha rosa é valenciana. . .
III
dama distante das trovas
alma guerreira e Deus no céu
Dessarrazoado coração sem norte
IV
vida errante nas provas
caminhos envoltos em véu
a dama, o cavaleiro e a morte.

Um blog de trovas juvenis. . .

Este blog foi criado justamente para publicação de poesias. De fato, eu tive uma adolescência poética. Acreditava-me um cortejador de damas, recitando palavras amorosas, em pleno mal do século da minha idade. Daí o estilo palaciano e cortesão das poesias que serão aqui publicadas. Há também um estilo medievalista, na relação amor e morte. Bem, coisas de adolescente! Mas vale apena publicar!